segunda-feira, 16 de março de 2015

Hipérboles (ou Todos os Clichês do Mundo)

Venha comigo! Confie em mim, porque
quando estamos juntos, meu
coração em teu peito explode!
Mil pedaços que se espalham no
chão! Tal qual sementes tardias e
tornam-se flores e florestas e
te cobrem de adornos!

E do teu perfume evaporam-se beijos,
abelhas que te polinizam,
borboletas e rouxinois e bem-te-vis!
(eu nunca vi os rouxinois!)

E te fazem cantar com eles, e
tiram o mel dos teus olhos, da
sua boca! E de tanto admirar-te,
transpiro! E do meu suór se faz chuva,
uma chuva que vira mar e do meu sal
se faz um coral que te cerca e te venera!

É onde você repousa pura e eterna
intocada, como o mais soberano e
oculto diamante, dentro
de um aquário na minha sala
repousando perto da janela banhada
por uma suave brisa e raios de sol!

Assim ecoa pelo universo, através
de toda a via láctea, num espectro de luz!
Dos sonhos gregos, apolíneos e dionisíacos e
dos mais suaves vinhos e fervorosas paixões!
Da paz em uma xícara de café, de tardes
tediosas de outono! Eu te suplico!
Vem comigo! Confia em mim!


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