quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Soneto de Paixão e Suicídio

Por entre curvas e estradas retas,
no fundo do meu peito fui encontrar.
Através das artérias, em que corre, das veias,
meu insípido sangue se transforma em mar.

Nas noites sombrias e sem estrelas,
fui assistir valente ao sol que nascia.
Vesti minhas formas, segui seus passos,
chorei surdo num sonho que inebria.

Vi lá, você, distante de pura beleza.
Vi algo mais, uma forma retorcida se fosse.
Mas era eu, alto e esfomeado, um reflexo.
Pro mar voltava pois o mar me trouxe.

Matei minha sede tão tarde
que não vi da clareira você sair
porcontemplar tua sombra que à luz arde.

Lembrei de outros dias, outro coração que se parte,
quando você sorria e me inspirava a sorrir
e fazia do amor tempestades, sua verdadeira arte.

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