sábado, 17 de janeiro de 2009

Substancialmente falso

Quando cheguei à festa, sentia calafrios. eu era o antipático cidadão preso em convenções sociais que odiava. Adentrei sme qualquer noção de sonho, e me servi de vodca que estava à mesa. A nata da sociedade de minha terra natal serve-se, em festas particulares, de bebidas vagabundas... talvez isso amenize aquela dor na consciência das garotas, por terem dado a noite toda, para caras diferentes, e para os rapazes que, sob o efeito insólito do álcool, descobrem nos camaradas o consolo homoafetivo.

É. Eu não fazia parte daquilo. Eu não respirava aquele tipo de orgia. Na frente de parentes e amigos, aqueles seres aparentavam ser perfeitos, intocáveis. Mas à medida que passavam de geração em geração, eu descobria neles a merda poluída do mundo. Nos olhos dos mais velhos, bebiam uísque do melhor, vodca da mais cara. E ali estava eu invadindo a privacidade dessas pulgas, provando de bebida vagabunda na varanda de suas casas.

Pois é... eu não tinha um motivo pra estar lá, exceto o fato de que algumas garotas lá, depois de se embebedarem, com certeza dariam de cara com meu travesseiro, enquanto suadas, ergueriam as ancas em minha direção, e eu, com toda a poesia que os anos de boemia me ensinaram, diria à elas "rebola, vagabunda"!

Meu descaso era tanto, e tão maldito, que permitiu que minha guarda se abrisse, quando aquela estranha e meiga garota passou por mim, e encheu o copo de vodca, enquanto enchi meus olhos com a cor de sua pele, e o formato de seu corpo. ela não parecia ser dali, não podia ser!!

Ajeitei a melhor frase que tinha comigo, e ela se entregou à falsa atenção que eu a dei. Conversamos algo de música, e sobre como as pessoas estavam se embriagando rápido. Ela me serviu e eu retribui. Logo, eu a puxei pelo pulso, e com os olhos semi-serrados, roubei-lhe um beijo. Não totalmente confortável, tentei enlaça-la, mas ela rejeitou o abraço, dando sequência ao meu beijo. Ali, sem mais contato.

Logo estávamos na porta, estávamos no meu carro, estávamos num motel. Eu a despi. Perfeita!
Beijei seu corpo todo, acariciei nas partes mais sensíveis. Quando estava pronto pra arrancar dela o suspiro que me faria mais homem, ela me negou.

Ela negou, e negou, e negou... e de repente abri meus olhos, e fui atender o telefone, e desliguei em seguida porque era engano, e naquela tarde fria, não consegui mais me lembrar do rosto dela.

Apelei a um filme pornô que um amigo me emprestou....

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