sábado, 27 de dezembro de 2008

Balada do Guerreiro à Beira da Morte

Estou cansado, o sono turva os olhos
Meu corpo é quente, e ainda assim tão inconstante
Continuo de pé, minha mão está firmemente pousada
Em minha espada, áspera e fatal;

A chuva é forte, e o cheiro do sangue é ofuscante
Parece que os deuses não olham mais por mim
E parece que luto a tantos dias
Parece que a glória se transformou num amontoado de carne;

Meu cabelo, este cabelo coberto de lama
Minhas pernas, trêmulas, e ainda assim prontas pro assalto
Eu, tão sozinho e cercado de inimigos, em fuga
Eu, tão jovem ou jovem demais

Eles movem-se nas sombras, como se fosse uma brincadeira
Mas eu sinto o frio do metal que eles carregam
Um passo à frente, um passo em falso
Recuar não é opção, não sob os olhos de meus pais!

Então, entre as folhas das plantas ao meu redor, uma gota d'água irrompe...

O primeiro surge grosseiro, e segura uma espada velha
Arrisca um golpe, pobre cego
É fácil desviar, e desembainho a espada, com um forte golpe em seu tronco
A espada vai, o sangue vem;

O segundo, precavido, tentou esgueirar-se por trás
Esperto, ele espera como uma serpente
O terceiro se descontrola e cai
Antes que se erga, sua cabeça rola ao chão;

O segundo parte para o ataque
Cerimonioso, esse homem possui harmonia com sua arma
Chocamos nossas espadas, e para mim
É visível sua superioridade na força;

Eu tomo a iniciativa, acerto fatal!
...
Dele, não meu...
Golpe certeiro e um sorriso voráz

Ele pega o que quer, não liga para seus amigos mortos
Ele apaga a fogueira
Eu fecho meus olhos
As pernas páram de tremer...

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