segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Como se Arrasa um Coração

Deixe-o em dúvida.
Deixe-o pensar.
Deixe-o passar noites sem sono e manhãs sem falar.
Deixe que sinta fúria, a fúria do não saber.
Deixe sofrer da ignorância e da incerteza de não pode nada, nada.
Que até um livro se torne tortura, que os filmes lhe gerem tontura.
Isso é não saber, isso é sofrer de amar.
Amar demais, ou de se deixar perder.
O coração é um labirinto que nem mesmo os fortes por vez desbravam.
É sufocante e quente e treme.
Deixa sofrer, deixa passar.
Nada melhora o ciclo dos dias, nada faz o ponteiro do relógio passar.
Qualquer coisa faz o gosto da boca lembrar, faz lembrar o perfume.
É tão doída essa coisa que tem quem não aguenta.
E quem aguenta sofre, com o coração escuro.
Sofre por vezes até matá-la.
A paixão.