O televisor chora estáticas
e eu abraço o cobertor
a canção que toca são as ondas paralelas
o telefone na espera, a noite e o terror
tem mil pontos cintilantes em alta definição
cobrindo os meus olhos
como um cancer repulsivo
a luz me chama a atenção
tem uma sombra na sacada
o tapete vermelho vira sangue
os carros capotam nas calçadas
sinto sua força e seu arranque
estática na minha cabeça uma mulher
ela aparece entre ruídos visuais
ela deseja ter comigo a mocidade perdida
ela deseja meus anseios carnais
e vou adentrar nesse horário alternativo
dentro da televisão
entre ondas paralelas
vou me deitar agora debaixo do colchão
ondas paralelas e estática mental
frio fogo afaga meu corpo astral
os objetos se movem sem gravidade
é tarde demais pra recuperar a sobriedade
Nenhum comentário:
Postar um comentário