segunda-feira, 5 de julho de 2010

Segunda Feira

Vamos falar de fatos, não de delírios. Nem meus acordes acerto mais. Ainda não passei perto do buraco que está se formando debaixo da minha cama, mas por ele ecoa um som que me seduz e tenta, para ir cada vez mais fundo. Perdi o tesão nas bebidas e nas fotos. Perdi o momento que tinha pra ficar. A cabeça dói mas busca um motivo, qualquer pretexto, pra mudar de cômodo, e começar o dia de novo. A segunda feira está quase acabando, e não fez sentido nenhum.
Não fez sentido comer o que comi, ou quantas vezes tomei água. Não fez sentido sair, nem voltar, nem ficar aqui parado. Não faz sentido escrever mesmo quando penso que talvez vou extravasar alguma coisa no papel. Tem revistas e livros para ler e não tenho paciência de folhear. Meu pai não puxa assunto e vê tv. Nem eu puxo assunto e não vejo tv.
Os contatos tem suas vidas distantes demais para serem atrativos.
Faltam 10 minutos pra sengunda feira acabar, e no entanto, ela nunca perdurou tanto.

Ou se está perdido demais para pensar em qualquer alívio, ou se está aliviado demais para se achar perdido. Minha segunda feira afundou como uma canoa, e eu nem olhei pro lado atrás de balde para lhe aliviar a água.

Enfim, tenhamos sonhos...

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