sábado, 8 de maio de 2010

Tarde de Sábado

Queria te ver. Queria te abraçar, sentir seu coração bater. É tão triste essa tarde de sábado, andando sozinho vendo as folhas do outono caídas na avenida. Carros passam em câmera lenta, e as moças usam as roupas da estação. Tão comuns e vulneráveis.

Queria te beijar, sentir sua boca, seus lábios tão suaves. Queria beijar teus dedos e tua mão. Queria beijar teu ombro nu, seu pescoço. Queria sentir seu arrepio, queria sentir um pouco do que pode ser amor.

Eu queria amar tão indevidamente você, queria, pois tudo que preciso é você, e tudo que não tenho aqui é você. Queria um pouco da sua magia, do seu sorriso. Queria amar indevidamente e não posso. Tem flores rosas aqui e ali, e o resto é cor de mariposa, e o resto é cinzento e agudo, e o resto sou eu, enfim.

Se eu chegasse em casa, e te ligasse, ou você me ligasse, e se fossemos nos ver, e se eu fosse te encarar e eu então pudesse mostrar o quanto eu também, como as moças, estou vulnerável. Se eu pudesse dizer isso com o meu olhar. Eu queria o seu olhar, eu queria que você ao menos estivesse aqui para afagar meus cabelos enquanto eu durmo o sono dos alcoólatras na mesa da cozinha.

Você é tudo que eu preciso. É sábado, é tarde, e as folhas caem sem que eu te encontre em esquina nenhuma. Queria beijar seus dedos.

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