domingo, 25 de abril de 2010

período de insônia e paulatinação

sabe quando, no filme, o protagonista diz que na insônia nada é real? Que você não está acordado nem dormindo? Então, é assim que eu estou.
Minha insônia é projetada, não natural. Não tem hora certa e é causada por disturbios internos em partes mal exploradas da minha mente. Sinto meus dedos batendo no teclado, ouço o som das teclas, e não sinto nada ao escrever isso porque minha cabeça está pesada, pensando em coisas que afastam o sono, o tesão, o tato, e tantas outras coisas melhores pra apreciar na tediosa noite de domingo. Aqui não chove, e eu espero uma tempestade que não molha.

na verdade tem algo me matando. Tem alguém me dando um tiro em câmera lenta. Eu vejo a bala chegando, mas não consigo sair do rumo dela, e aos poucos começo a sentir dor. Pequena quando a bala vem cavando a pele, e forte quando ela some da minha vista, deixando aquela perfuração lindamente sangrenta. Sinto a dor maximizada enquanto a bala passa pelo pulmão, e o sangue desce lentamente, e sinto um pequeno alívio, com suspiro carregado e gosto de sangue na boca, quando percebo que a bala saiu pelas costas.

Eu morro em câmera lenta toda vez que penso no motivo pelo qual não consigo dormir.

É que quando me deito, os pensamentos correm com mais força, e se um pensamento negativo toma conta de mim, ele ferra com meu sono, meus sonhos. Estava pensando em tocar violão, guitarra, cantava mentalmente Enquanto Isso na Lanchonete, do Vanguart, quando começei a pensar em coisas tão monstruosas de sutis, que acabei me atropelando.

Eu só queria chegar ao nirvana nessa noite de domingo. To com sono e sem sono, com medo de ir pra cama e pensar absurdos que parecem suficientemente reais e invariavelmente possíveis.

Será que vem aí uma segunda bala, enquanto meu corpo começa a morrer pelas pernas bambas? Será que vou cair inerte, e sentir a dor minutos depois de bater a cabeça?

Eu acho que preciso de um beijo para noites mais calmas...

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