terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sobre Parar de Sentir

É sexta feira, e é noite, quero chegar logo em casa.


Mas quando chegar quero te ver nua, esparramada em meu colchão, entre minhas almofadas cor de bronze. Inexoravelmente nua, e reluzente à luz que vem de fora, do poste em frente à casa.

Quero logo tirar minha camiseta, e tirar os sapatos, enquanto você justifica o leve cochilo enquanto aguardava minha chegada, meio rubra de inocência, meio maliciosa, dizendo que estava me esperando, porque era especial aquela noite.

Foda-se o motivo de ser especial a noite!

Descalço, só com o jeans, que não deu tempo de tirar, quero escalar o colchão até seu vente, e de um impulso só, quero beijar tua virilha, e quero te chupar vulgarmente.

E , enquanto te invado com minha língua acida e exasperada, levarei minhas mãos até teu seio macio e carinhoso, apalpando primeiro com veemência, depois com selvageria, enquanto você, em falsa castidade, tenta sem forças afastar minha cabeça do resto do seu corpo.

E com a outra mão, mais ousada, quero chegar a teu rosto, e despontar o dedão em sua boca, que me reprime, avermelhada de batom, entre sussurros, pedindo mais, e gemidos discretos, para fingir que está brava. Quero beijar teus lábios rosados, e mergulhar minha língua na vastidão do seu interior, quero cavar, sentindo seu gosto, seu sabor, sentindo suas costas se arquearem, seu corpo se contorcer.

Não posso negar minha glória ao sentir você, molhada, de suor e tesão, tentando em vão se desbobrar, desviando o pensamento do prazer, da luxuria. Até sinto você dizendo não quase sem voz, trêmula, por permitir que eu invada seu intimo.

Imagino seus pensamentos, presos entre a vergonha e a safadeza completa. Ah, imagino você curiosa, perguntando de seu próprio sabor.

E então, agora ruidosa, quero sentir você se contorcer por dentro, quero sentir sua penugem arrepiada, quero sentir seus poros saltando a pele, suas coxas enroscadas em minha cabeça.

Não sossegarei enquanto não sentir o sabor de seu orgasmo, enquanto não sentir, com as mãos, sua febre, seus cabelos colados na testa e o colchão enxarcado...

Após sugar todo seu sabor, verei você desfalecer na minha frente, nua e brilhando, suada, e ainda com o aroma do seu sexo no ar, quero puxar aquele livro, que deixei no criado mudo, um Raduan Nassar.

E quero folhear suas páginas, enquanto sinto, deitado no calor de teu ventre, pequenas contrações de prazer, atordoada que você está, e molhada e sensível.

Quero ler em voz alta, confidenciando com o silêncio mortal de meu quarto,

“é a minha loucura, Pedro, é a minha loucura”...

E quero dormir em paz, esquecendo o frenesi do dia que passou, deitado sobre seu ventre, sobre sua pele alva.

2 comentários:

Katrina disse...

Ah rapaz, fazendo mulheres felizes nas sextas feiras

Su ;* disse...

Ah rapaz, fazendo mulheres felizes nas sextas feiras [2]

muito bom