Outrora centro da velha cidade, outrora doce local de inúmeras e singelas paqueras, jaz hoje, podre e fedorenta a praça Coronel Ozório.
Era florida, e tinha árvores vigorosas, onde jovens apaixonados cravavam seus nomes em corações perfurados por flechas.
Davam voltas e mais voltas, mulheres de um lado e homens de outro, indo de encontro, rodando como pássaros no sereno primaveril.
Margaridas eram arrancadas de seu gramado, e eram dadas às garotas, quando não se pulava o muro de algum velho que morava logo ali em frente, para roubar-lhes a rosa mais carmesim.
Hoje, onde haviam margaridas, resta apenas capim e cupim, além de latas de cerveja, e cigarro.
Ali no coreto, antes boêmios recitavam poemas, cantarolavam suas serenatas, e recebiam palmas.
Hoje o espaço é dividido por mendigos cujo passado é um sonho perdido, e hippies cantam Beatles ou Janis Joplin, fumando maconha batizada, semi-nus, pregando paz e amor sob um chão sórdido.
Temos, na antiga casa, viciados com suas seringas, jovens de quatorze anos que por ali se vendem, e por ali se limpam. Há tortura, há ressentimentos, e uma distância enorme entre cada pessoa que se agarra a um poste.
Passo sempre por ali, bêbado, de certa forma, faço parte do cenário macabro. um dia, junto meu cobertor e uma muda de roupas, vou me marginalizar, me drogar e nadar na imundície que eu mesmo produzi.
A doença é a coluna da sociedade. Não peça que ela perca a postura por você.
Um comentário:
de qual praça vc tá falando?
daqui de Franca?
todas são assim!! kkk³
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