quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Emoção, Mídias e Arte

Você é do tipo cético, que não se interessa por arte ou diferentes mídias?
Ou você é ousado o suficiente para arriscar seu tempo em novas experiências?

É, então, é disso mesmo que vou falar. A começar comigo:
Eu sou fã de rock, mpb, e algumas coisas alternativas, dependendo do momento. Sou cinéfilo, um cinéfilo sempre em desenvolvimento. Amo de paixão quadrinhos, mas sou obcecado por mangás e animações, principalmente as japonesas.

O motivo de eu querer escrever esse texto é simples, e não nego: chorei assistindo o final de uma animação japonesa, um anime, para televisão.

Calma, eu não sou emo, e nem otaku. Não me identifico como nenhum desses dois gêneros, e não faço uso de seus trejeitos. Nunca fui em eventos de anime, por exemplo, e não sou chegado em cosplay.

Quem nunca chorou em um filme? O primeiro filme em que chorei foi Coração de Dragão. Titanic é um filme que faz mulheres e crianças chorarem, já eu chorei em Gladiador, O Ultimo Samurai. Já chorei ouvindo O Último Romance e O Velho e o Moço, do Los Hermanos, e chorei ouvindo Perfeição e O Teatro dos Vampiros, do Legião Urbana. Sem falar da angústia que você sente quando quer chorar e não chora, diante de algum empecilho, ou pela vergonha de si mesmo, preconceito imbecil.

Sabe... nunca achei ninguém que me compreendesse nos aspectos emoção, mídia e arte. Como dar crédito a um cara que joga video game e em seguida lê Alvares de Azevedo?
Como gostar de um cara que gosta de Dragon Ball e Ingmar Bergman ao mesmo tempo?

Bom, eu não achei nunca alguém como eu. Caras que gostam de desenho no geral, gostam é de coisa da moda, enquanto eu prefiro explorar os grandes clássicos, coisa underground e alternativa. Poucos assistiram a animação "Um Dia de Nazista" do pato Donald, em que ele sonha que é nazista, como se estivesse no inferno. Propaganda americana contra o nazismo! E o que dizer da animação da década de 90 do Mickey em que ele troca de corpo com um monstro? Não lembro a porra do nome disso agora, mas sei que foi extremamente influenciado pelo Expressionismo no cinema, da década de 20.

Então, puta merda, a Pixar é composta de adultos que variam dos vinte aos quarenta anos... cara, como alguém com trinta pode chegar e dizer "desenho é coisa de criança"???

Chorei no final do Kingdom Hearts 1, e quase chorei no fim do Final Fantasy 8. Cara, são games!!!

Enfim.

Um dia, você se senta no sofá de casa, e resolve dar uma chance ao Rei Leão, e quando você menos espera, o pai de Simba morre. Você sente aquele maldito arrepio, que te incomodou quando o Maximus morreu no fim de Gladiador, ou de quando você foi em algum sohw dos titãs da ditadura, e ouve Pra Não Dizer que Não Falei das Flores. Você sente o arrepio quando ouve Love me Tender, do Elvis. Mas não, não poderia uma animação transmitir a angústia, o sofrimento, o amor, da mesma maneira que a voz apaixonada do Elvis transmite, ou de quando o Jack vai afundando no oceano, congelado, após o naufrágio do Titanic!!!

Cara, eu chorei vendo Santiago, um documentário foda sobre dois homens, o mordomo cujo nome é o título da obra, e o narrador, que é o diretor, e que foi imaturo na época das filmagens.

Unindo os três itens do nome desse texto num parágrafo, diria que não importa qual a mídia, ela transmite emoção, por isso, mais cedo ou mais tarde, recebe o status de arte.

(Quase chorei no final de Watchmen, tanto da HQ quanto do filme)

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