sábado, 1 de novembro de 2008

A Escola

Quando eu era pequeno, gostava de dinossauros. Eu tinha vários, e brincava todo dia o dia todo! entrei na pré escola, e conheci um cara que também tinha dinossauros e ficamos amigos. Eu tinha outros colegas, claro, mas eu tinha afinidade com esse cara. E ficamos muito amigos!

Crescemos, e estudamos quase que todos os anos juntos, e continuamos com nossa amizade. E por sermos tão amigos, outros colegas de classe começaram a fazer piadas de mal gosto a nosso respeito. Ele ainda brigava e reclamava com os caras, mas eu... eu era covarde, e ficava encolhido enquanto todo mundo ria de mim e fazia piadinha.

A adolescência, me parecia, nunca era generosa, mas comigo pegava mais pesado. e com o meu colega também, e isso nos fez duas crianças afetadas. Fomos vítimas de pessoas ignorantes, adultos que viam malícia no fato de sermos dois amigos, e não termos amizade com mais ninguém. O tempo passou, e fizemos amizades com outros dois moleques, e depois mais, até termos nossa própria turma. Nessa turma só entrava gente humilhada e deslocada, como nós mesmos.

Quando chegamos ao colegial, a turma se dispersou, mas continuamos tendo contato uns com os outros. E a humilhação estava acabando, mas as sequelas ficariam em mim, e no meu amigo. Um dia viajei pra casa da minha avó, e lá eu acabei conversando com um tio meu, com quem também tenho afinidade, e ele me contou que ele e um grande amigo dele também passaram por tudo aquilo. E ele me deu idéias de como me virar.

Voltei pra casa com a cabeça mudada, mas infelizmente meu amigo não teve a mesma sorte. O fato de eu ter mudado de ares, mesmo que por uma semana, fez com que eu fosse mudando meus hábitos, sempre, para encontrar as coisas que me faziam bem, mas ele continuou aqui, e continuou com o mesmo pensamento de sempre, e tem até hoje. As vezes, é leviano, as vezes me parece tristeza, e até mesmo loucura, ou ele que quer fazer parecer isso, não sei.

Meu plano era um só: pegar as garotas da turma na escola! Uma que fosse já me colocaria a frente de todos que me zoavam e riam de mim! Uma!!! Nem falarei de paixões e desilusões aqui, mas falarei de hábitos do velho tempo triste da minha vida que ainda permaneciam.

Na escola, eu tinha crise existencial. Eu passava o estilete no meu braço, várias e várias e várias vezes por manhã, por absolutamente nada. Eu parava no tempo, eu ficava extremamente triste e não conversava as vezes, eu queria morrer, eu queria fugir, matar, só não queria estar ali, naquele ambiente insalubre e apertado. Esse hábito terrível, com muito esforço e sorte, desapareceram quando a escola terminou. Eu começei a escrever nessa época, e escrevia coisas apaixonadas, e lia alguma coisa de alvares de Azevedo, e ficava louco de álcool nos fins de semana bebendo vodca, e xingando o mundo.

Nessa época, eu deixei meu amigo sozinho...
E quando fui vê-lo, ele me perguntou coisas à respeito de garotas, e perguntou se era difícil chegar em uma determinada moça, ao que respondi não, e o assunto acabou.

Ele namorou essa moça, e durante esse tempo, ele parou de conversar comigo, e isso aconteceu outras duas vezes. E eu continuei em algo que considero um adaptação ao mundo: conheci pessoas, me apaixonei e descobri que era capaz de odiar intensamente, saí da terra natal, entre outras coisas.

Começei a viver aos 16!