sábado, 18 de outubro de 2008

Por que continuar lutando, quando todos ao seu lado já caíram? Ou se foram?
Por que manter nos olhos o brilho falso que faz acreditar que alguma coisa, uma única coisa, vai mudar tudo?
Ah, esse meu medo de perder a sanidade! Ah, essa vontade de jogar tudo pro alto, fugir pra longe!!!

Que amor nenhum no mundo nos dá fuga, isso é verdade! Eu ví! E com estes olhos, tal qual pequenas sesferas fundas cujo centro se dilata diante da beleza da imperfeição dos corações partidos.

O belo, a meu ver, é o reboco de cimento que ficou na parede do teu corpo, enquanto a pele fria se arrepiava, e eu via de perto os póros, e eu via de perto os pêlos, como se tivessem vida própria, erguerem-se para o norte. Eu vi sim, juro! e era bela a forma cheia de linha brancas, trêmulas. E é o caminho mais bonito aquele que traço com as minhas mãos ásperas, arrastando minhas unhas na superfície de um pensamento que já não me abre mais portas! as unhas sangram, os olhos sangram! E o que respiro, para alám de todos os outros medos que sinto???

O que me sufoca tanto assim? É a morte que adentra a janela e vem flertar comigo, já inerte.
Nada faço, que será que planeja pra mim esse mundo? Que será que é o amor? Um sentimento belo e cruel! É lucidez que você diz oferecer, senhora da morte!? É a lucidez que me escapa aos sonhos invertebrados? Criaturas arrastam-se aos pés da cama, e tudo o que eu não queria ver me dói o peito agora. Estou louco? Estou sóbrio? Sou ébrio?

Me mata, ou faço eu mesmo o parto doloroso!

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