sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Brincadeiras Perigosas

...me deu um nó na garganta quando ela contou os detalhes de seu corpo, sem pudores, me fitando, e pedindo pra imaginar, sem nunca me dar a chance de tocá-la. Eu fui desconfiado, perguntando discretamete, crente de que algo ali daria certo naquela noite. O que ela me dizia soava a erotismo pra mim, e para ela, apenas mais uma de suas brincadeiras de provocação, como quando eu chegava em sua casa e ela atendia com aquele short azul mais curto, de tecido mais fino. Quando tinha alguém por perto, ela se escondia, escondia as coxas morenas, os braços nus. Eu entrava e ela se encolhia sob a coberta no sofá, vendo alguma porcaria na tv, em dias de chuva.

Mas quando estava sozinha, abria as portas e sem falar nada se virava e saía desfilando, toda ciente do calor que emanava. Eu entrava para encontrar o camarada, meu amigo e seu irmão. E ele nunca percebeu que ela ameaçava mostrar o que eu queria ver, e que eu evitava olhar, mas não conseguia.

Eu fui o escravo de suas brincadeiras perigosas durante meses, e nesses meses, nunca estivemos a sós. No entanto, hoje o parceiro teve de ir rapidamente ao banheiro, e ela chegou, ligeira, com o olhar matador, e sentou-se ao meu lado, conversando coisas que não me despertavam o mínimo interesse. Ela sabia que o papo era vazio, mas sabia que eu só insistia com o assunto porque era com ela que eu estava falando.

Maldita.

Não sei como entramos tão rápido no corpo dela, mas só percebi a tensão do momento quando ela deixou o corpo escorregar, deixando a barriga à mostra, e começou a contar como gostava de seu corpo, de sua tatuagem, em um lugar especial, para poucos.

Acho que a minha cara era a de um cachorro faminto vendo o frango assar na frente da mercearia.

No auge de nosso diálogo, ela me contou segredos de seu corpo e qual carícia a agradaria mais. Eu tive vontade de puxa-la, agarra-la e morde-la. Só pude apertar minha mão, para que a dor tirasse o foco do prazer. Eu olhava a boca dela entreaberta, seus dentes claros, eu olhava tudo e olhava mais, com sofreguidão.

A porta do banheiro abriu e ouvi a voz do meu amigo dizendo palavrões. Ela saiu, lisa e ligeira para seu quarto, e me deixou lá, babando como um bebê, espumando como um epilético. Ela propôs o jogo, e antes que eu me movimentasse, ela deu o xeque-mate...

Maldita!