quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Natal

a luz amarela, o cheiro de fumaça
a gente pensa que toda imensidão é amor
eu preciso da luxúria
eu preciso do seu corpo
preciso dar a volta na sua cintura
pra sentir que você é minha

os sorrisos falsos, a garrafa na mão, um copo de plástico
eu tenho amores do passado, mas de noite busco apenas o escuro
e as luzes amarelas de minha infância, tenra infância
não me deixam me achar
e me acabo em você

tento não pensar como estou, tento ser o que eu quero, mas a poesia da noite não me deixa
e nem deixa que eu a concretize
eu estou tão só, jogado na sarjeta, sob luzes amarelas
me ofereça amor, na noite de natal
amor de carne, amor de toque
e eu te darei de presente
um pouco da minha compreensão
enquanto te ajeito entre meus braços
enquanto escorre água da chuva em nossas bocas sedentas

Deus, me ensina a não falar de sexo
mas permita que eu continue bêbado e vivo
até de manhãzinha

livrai-nos de todo mal
amém

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